terça-feira, 30 de setembro de 2008

direto pra casa

-Alô?

- Oi, amor. Tá chegando?

- Tô, tô indo direto pra casa...

- Ai que ótimo, estou com saud...

- Pra Casa da Manteiga, que reabriu ontem.

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

sessão Caco Galhardo

Estava no bar ontem, e num desses impressos que ficam no Mica, encontrei uma revista chamada pix. Nela tem um quadrinho do Caco Galhardo que achei bem legal. Ia postar aqui mas não encontrei. Mas encontrei outros dele que valem a pena.
http://blogdogalhardo.zip.net/




















quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Cana Dance

Tava lendo a coleguinha do Ombudsman e ela postou lá uma foto do Cana Dance, buteco à beira-mar em Genipabu (ou Jenipabu, depende da placa que você ler por lá), que é servido pelo Netinho, um dos garçons mais sinceros que conheci.

- Cerveja tá quente, Netinho...

- É

- E aí, traz uma gelada agora, no capricho

- Tem não

- An?

- Tá tudo quente...

- Nem umazinha lá do fundo?

- Essas já são lá do fundo, só tem mais três e acaba...

- E as outras?

- Não, são as últimas, depois acabou.

Legal a sinceridade, mas aí fica difícil pedir uma cerveja sabendo que ela está quente, sem a menor esperança de que pode vir um pouquinho mais gelada. E pra piorar, que nem vai dar tempo de gelar.

PS: Depois Netinho apareceu com um Brahma Fresh, menos quente que a Skol que estava rolando. Mas era a única também...

terça-feira, 9 de setembro de 2008

Jaguar, Fausto...

Falando em Jaguar e em Fausto Wolff, em uma entrevista ao Jornal do Comércio, Jaguar se refere ao Fausto Wolff

Jornal do Comércio – Tem uma história antológica dele (Fausto Wolff), né? uma participação numa corrida etílica, ou coisa parecida, em que você era um dos jurados.

JAGUAR – É, essa história eu não coloquei no meu livro (Confesso que Bebi). Foi uma maratona, que a Brahma inventou. Os participantes iam do Jardim de Alah até a praça General Osório, parando em determinados bares, em que havia fiscais anotando o que bebiam, ganhava quem tomasse mais chopes até o ponto de chegada. Eu apostei no Fausto Wolff e ele já me chega de porre. Fui reclamar e ele: “Calma, eu tinha que fazer o esquente”. Fausto tomou uns 40, 50, chopes, não lembro mais, e tirou em segundo lugar. O vencedor foi um crioulo, mas na hora de receber ele caiu no choro, disse que não merecia o prêmio, revelando que não era um, e sim dois negões. O cara contou que correu com outro cara muito parecido com ele. Então depois que saíam de um bar, trocavam de camisa, e foram revezando-se até o final da maratona.

Prato da semana























Uma coletânea de crônicas que têm
como personagens boa parte da arte e cultura cariocas. O roteiro que Jaguar propõe em suas narrativas começa na Gávea, passa pelo Leblon, por Ipanema, Copacabana, centro da cidade, chega a Vila Isabel e Maria da Graça, para depois esticar em Corrêas, Itaipava, Parati e até mesmo São Paulo, onde ele conseguiu encontrar na Freguesia do Ó um colecionador das melhores cervejas importadas e fez o cardápio do consulado carioca em São Paulo, o bar Pirajá. Esse é o trajeto percorrido em “Jaguar de Bar em Bar: confesso que bebi – Memórias de um amnésico alcoólico”, da editora Record.

Escrito e ilustrado por ninguém pelo bebedor profissional Jaguar, este livro não é um guia convencional de bares, mas foi produzido a partir de lembranças de fatos e de conversas jogadas fora em torno de rodelas de chope, copos e garrafas, que sempre balizaram a vida do chargista, desde anos tão verdes quanto licor de menta. E não deixa de ser um guia cultural de um Rio de Janeiro que insiste em manter a aura de boêmia, mesmo com todos os problemas socioeconômicos.

Como o bom bebedor não bebe só, o livro é também uma crônica que tem como personagens boa parte da arte e cultura cariocas. Pois Jaguar, envelhecido em barris de várias procedências, bebeu com gente como Madame Satã, Hugo Carvana, Tom Jobim, Paulo César Peréio, José Lewgoy, Paulo Casé, João Ubaldo, Nássara, João do Vale, Antonio Pedro, Carlinhos de Oliveira, Paulo Mendes Campos, Lúcio Rangel, Roniquito, Nelson Cavaquinho e Carlinhos Niemeyer. Todos eles concorrentes de peso.

Amnésico alcoólico de ótima memória e texto calibrado, Jaguar é a prova de que o fígado é antes de tudo um forte, felizmente o mais resistente de nossos órgãos. A saideira, e passa a régua.

1940* Fausto Wolff +2008

Em abril de 2006 ele escrevia, sobre seu derrame:

Outro dia quase bati as botas. Fechado o expediente, fiquei bebendo uísque enquanto olhava o mar. À medida que bebia, mais o mar se agitava, me agitando também. Tive uma idéia genial e voltei ao computador, mas - vejam só - não conseguia escrever as frases direito. Era sempre aprotaledo pelas pavrolas. Retornei à janela, fiquei vendo o mar e tendo idéias geniais. Bebi mais algumas doses de uísque e, quando minha mulher voltou do trabalho (é, meus filhos, alguém tem de prover), contei-lhe o que ocorrera. Ela: ''Você teve um princípio de enfarte ou um princípio de isquemia'', e, sob meus discretos protestos, arrastou-me ao hospital.

Colocaram-me num leito ao lado de muitos outros, separados por um lençol. Braços furados por mil agulhas, fui vítima de um clister e do resultado do clister, tudo isso em meio a dezenas de pessoas que fingiam ignorar minha indiscreta performance. Lá pelas nove da manhã fugi do hospital e fui caminhando por Ipanema. Acabei num boteco em frente ao estúdio do Millôr, na Gomes Carneiro. Tomei um conhaque, comi um sanduíche de pernil e fumei um cigarro. Bateu-me a vontade de escrever um poeminha. Pedi lápis e caneta, mas as mãos não obedeciam ao cérebro.

Só depois de desenhar mentalmente a letra é que conseguia reproduzi-la no papel e ainda assim muito mal. Desisti do poema e fui pedir a opinião do Millôr, que há 50 anos é uma espécie de irmão mais velho. Aconselhou-me a voltar ao hospital, o que fiz de táxi desta vez. As enfermeiras me receberam de braços abertos e nem me torturaram. Tivera mesmo uma isquemia. Três dias depois, feitos todos os exames, me mandaram embora e proibiram-me de fazer as três coisas de que mais gosto: ver Mannhattan connection, discutir com adolescentes e ler originais não solicitados.

Caíram nessa? Não acredito. É isso mesmo que vocês pensaram. Estou proibido de fumar, beber e procriar, pois, no meio de uma dessas atividades, o sangue pode derrapar na veia e sair da pista da minha vida, que pode não ser grande coisa mas é minha. Por isso nunca mais fumei, bebi e procriei ao mesmo tempo. Tudo tem seu tempo certo.

Do site/blog Mau Humor:
http://www.gardenal.org/mauhumor/
Que parece que virou:
http://www.oesquema.com.br/mauhumor/

No BUTECO DO EDU
, ele postou lá uma entrevista que ele e mais três pessoas fizeram com o Fausto Wolff, em junho de 2004. É bem grande, pensei até em postá-la aqui, mas acho mais justo o link. É grande, sem nenhuma censura e feita numa mesa de bar, mais especificamente no Bar Brasil, na Lapa.