terça-feira, 25 de novembro de 2008

Ah, amor...

- Amor, você já viu o rapaz do 606? Ele quase todo dia traz flores pra esposa. Hoje subi com ele no elevador, e ela já estava esperando ele na porta e deram um beijo superapaixonados... Porque você também não faz isso?

- Ô meu bem, eu mal conheço a vizinha. E ela ainda é casada...

domingo, 16 de novembro de 2008

prato da semana

"Modos de macho e Modinhas de Fêmea - a educação sentimental do homem", é, como está escrito na apresentação, uma bula do homem, escrito pelo jornalista Xico Sá. Lá vai um trecho da quarta capa, que apresenta o livro:
"Dos primeiros desejos - uma bananeira, a terra molhadinha, depois uma cabra, muito depois uma profissional do sexto! - ao toque (vixe!) do exame de próstata. É o que relata o autor nesta narrativa que encerra todo o afeto às moças, benditas moças, além de apresentqar-lhes uma considerável bula dos homens.

"Finalmente a testosterona, modo de usar, explicada às mulheres.

"Xico Sá larga pela noite as suas pilulas, aforismos líricos da sua lavra, floreur no auge de uma vidinha mais ou menos."

algumas pílulas do livro:

"homem que é homem não sabe a diferença entre estria e celulite"

"homem que é homem pode mudar de sexo, mas não muda de time"

"todo homem feio tem direito à mentira amorosa"

"homem que é homem tem que praticar sexo nos reinos mineral, vegetal e animal"

"mulher é metonímia, parte pelo todo, sempre encontramos, naquela que se acha a mais feia das mulheres, um pedaço da anatomia capaz de provocar uma inexplicável razão de viver"

terça-feira, 14 de outubro de 2008

primeiro copo depois dos 26

Tô vindo lá do Panamá. Aniversário, nada mais justo que voltar ao lar e compartilhar com os amigos de copo a felicidade (?) de mais um ano completo. Hoje, em minha homenagem, Sêu Manoel não fechou à meia-noite, mas à meia-noite e um. Não é pra qualquer um. Hoje mesmo, um cidadão – de fora do Rio, mas foi parar justamente no Panamá – pediu a saideira onze e 50. Sêu Manoel foi enfático, estou fechando em menos de 10 minutos, e fecho com o Sêu copo cheio, é melhor não pedir a saideira e pagar a conta. Feito, meio indignado. Aí ele pede uma nota pro Sêu Manoel, que vai lá e faz uma nota fiscal, seis cervejas, dois queijos. O cara reclama, pô, você pagaria prum funcionário Sêu que vai viajar pra fazer um curso tantas biritas? – Lógico que não, respondeu de bate-pronto Sêu Manoel. Então pô, num pode colocar birita na nota, reclamou o cidadão de Minas, reconhecido pelo sotaque. – Ué, mas você não pediu. Tá bom tio, fica com Deus, disse, antes de sair, em tom de ironia. Macarrão, irritado, chega perto de mim e braveja – Porra, se quer uma nota de refeição é só pedir, e fica reclamando. Mas mais irritado ficou quando ele, já faltando cinco pra meia-noite, e dizendo pro Sêu Manoel que o horário dele não era meia-noite e um, mas meia-noite, entra o Valter, motorista da Real, pedindo pra usar o banheiro que tinha acabado de ser lavado. Teoria do Macarrão é que ele espera ele limpar todo dia, do lado de fora, escondido atrás da árvore, e depois que ele acaba ele aparece. Não é impossível, que a cena não é rara. Mas pelo menos usa o banheiro, coisa de três minutos, pede um Gengibre, vira e vai embora. Deu meia-noite, Macarrão baixando a porta, eu na expectativa de Sêu Manoel não cobrar a conta por conta do aniversário, mas nada. O bicho é mesmo mão de vaca. E deu meia-noite e um já foi me expulsado, que tava cansado – tava cochilando a noite inteira ao lado da máquina registradora, só acordava pra receber os dinheiros – e já com o valor da conta – claro, que eu pendurei – na mão. Se eu ganhar algum dinheiro de presente, e não gastar no Beco do Rato mais tarde, juro que venho ao Panamá e pago pelo menos uma parte da dívida com Sêu Manoel.

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

a festa promete

Até quem não foi convidado parece que vai aparecer. É o que estão dizendo por aí. Parece que amanhã, logo no dia no aniversário do meu querido irmão capilo, segundo a médium australiana Blosson Goodchild, os extraterrestres virão à Terra dar um alô pra galera. Nada de muito papo, apenas uma aparição no céu de uma nave-mãe, uma espécie de primeiro contato para o pessoal daqui ir se acostumando com a idéia.

Mais um motivo pra não perder a festa do capilo amanhã.

Eu já garanto que consigo, eles vindo ou não nos visitar, além de ver, conversar com eles. Isso lá prumas 5 da manhã, que já estarei num grau alcoólico elevado.

sábado, 11 de outubro de 2008

festa do capilo na terça 14

terça-feira meu irmão capilo comemora aniversário. Como conseqüência, eu, que nasci no mesmo dia, comemoro também. Difícil é chamar as pessoas. Tentei algumas alternativas no Orkut, mas não obtive sucesso (apesar de saber que por lá é possível enviar mensagem pra geral – mas não sou louco de ficar mandando mensagem uma a uma, que deixaria de beber muita cerveja pra fazer isso), email, pelo gmail, que é novo, nem conseguir enviar uma mensagem para os poucos contatos que tenho foi. Yahoo e hormail, outros emails que trabalho, tou deixando cada vez mais de lado. E daria trabalho do mesmo jeito. Ligar, nem se tivesse o telefone de todo mundo, que as operadoras já me roubam mensalmente sem fazer muitas ligações. Então, além de postar aqui (que não adianta muito, porque o número de acessos diários não passa de 10 – isso em tempo de vacas gordas), é esperar que esses dez avisem a pelo menos mais 5 pessoas cada (nem precisa me conhecer, não se preocupem, amigo de amigo é amigo) e aí já seria um sucesso: 50 pessoas (se cada uma me pagar meia cerveja de presente – a outra metade vai pro capilo – bebo uma caixa de cerveja sem gastar os meus poucos dinheiros).

Então lá vai, destacado, pra quem tiver preguiça de ler o parágrafo acima:
ANIVERSÁRIO DO capilo E DO cajibrina
TERÇA-FEIRA, DIA 14 DE OUTUBRO
BECO DO RATO – LAPA, RIO DE JANEIRO (quem não souber onde fica, descubra sem precisar me ligar, ou então liga antes do dia, que no dia posso estar num nível alcoólico que me impossibilite de explicar)
A PARTIR DA HORA QUE CHEGAR O PRIMEIRO CONVIDADO (eu estarei lá desde cedo, aquecendo os ‘garçons’ pra estarem bem treinados quando o povo chegar)

tão avisados?

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

valeu a pena

Comecei. Já era meio tarde, peguei pra ler porque depois de um dia lendo só “obrigação”, um texto mais leve faria bem. Li aleatoriamente, até dar sono. Parei, olhei a página: 51. Pensei, coincidência, lógico. Não é porque o livro conta casos de butecos que eu parei na página 51 e por isso deveria, aquela hora, coisa de meia-noite e meia, descer e tomar uma antes de deitar. Até porque precisava acordar cedo hoje, pra continuar os trabalhos – chato – fora do bar. Mas aí virei pro canto, o sono não veio, o livro era legal, acendi a luminária de novo e lá vou eu, até as três da manhã lendo.

É por isso que recomendo, os 40 reais gastos no livro foram bem gastos – uma ida ao pé-sujo (?) dO Globo, sem nem chegar perto de ficar de porre, ficaria bem mais caro que o livro, podem ter certeza. Então valeu e recomendo, que o meu vou ficar até com receio de emprestar e não me devolverem.

Ah, é o prato da última semana, “Meu lar é o botequim”, do Eduardo Goldenberg, que inclusive está fazendo em seu blog essa semana uma viagem pela Rua do Matoso – é aquela mesmo, que vai dar lá na Praça da Bandeira...

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

pé-sujo, sei...

O Globo lançou essa semana uma revista com os “melhores” da gastronomia carioca. Olhei de relance, que tem faltado tempo ultimamente. E também porque pelo pouco que vi/li, não valia muito a pena desperdiçar tempo com a revista.

Mas de primeira, fui procurar se tinha bar entre os indicados e vencedores. E pra minha grata surpresa tinha lá uma categoria “pé-sujo”. A grata surpresa deu lugar a uma decepção – não uma grande decepção porque não esperava nada do jornalão carioca. Mas o vencedor do da categoria pé-sujo era nada mais nada menos que o Bracarense, bar – longe de ser buteco – do Leblon, bairro que outro dia escutei um morador dizer que deveriam criar o principado do Leblon, pra se desligar desse Rio de Janeiro de favelas e pobres.

Pra piorar, o pé-sujo vencedor tem uma página de apresentação, e lá tem, num Box bem destacado, o que você deve saber para beber no Bracarense. Primeiro que não aceitam cheque, nem da praça; segundo eu não me lembro; e terceiro que o bar tem câmeras por todos os lados. Ah, um pé-sujo que se preza num pode deixar de receber o cheque pré-datado e muito menos ter câmeras pra ver o que os clientes andam fazendo. Na verdade, um pé-sujo num precisa se preocupar se vão roubar uma tulipa ou algo do tipo. Até porque buteco mesmo serve mesmo em copo americano.

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Prato da semana

Esse livro é de um amigo blogueiro – meu, ele nem mesmo me conhece (ainda) – e só pelo título já tinha simpatizado. Na verdade a simpatia veio antes de conhecer o livro, mas ao conhecer seu blog (bem melhor que esse daqui, tenho que reconhecer).

Mas aí a simpatia aumentou mais, porque o livro, além do título “Meu lar é o botequim: histórias, palpites e feitiço sem fim”, tem capa do Lan, prefácio do Aldir Blanc e apresentação do Fausto Wolff. Só por esses caras já valeria a pena a compra. Não é muito barato, tá saindo por 40 mangos no Submarino. Só pra terem uma noção do que dizem sobre o livro, um trecho da apresentação do Fausto:

“Sérgio Porto, o Stanislaw Ponte Preta, Antônio Maria, Nelson Rodrigues e Rubem Braga gostariam deste livro.

Aldir Blanc gosta.

Diante disso, adianta eu lhes dizer que é excelente, no sentido de ultrapassar as melhores expectativas?”

volta ao lar

Tem um tempo já que não aparecia por aqui. Alguns me perguntam se é porque não estou bebendo. Antes fosse. Na verdade, quanto mais eu bebo, menos tempo tenho pra postar. Bons tempos eram os do Panamá, em que eu tomava um gole e clicava no enviar postagem. Bons tempos.

Outro dia, lá na Tamoios, no Flamengo, numa ida ao banheiro me deparo com um camarada com seu computador, mostrando as fotinhas do Orkut que ele tirou no bar. Coisa de boiola - nada contra os boiolas, antes que me chamem de preconceituoso. Mas bateu uma baita saudade do Panamá. Mais de mês que não apareço por lá. Aposto – mas perco – que seu Manoel está morrendo de saudades do cajibrina aqui. Macarrão então, outro dia me ligou – a cobrar, e por isso não deu pra atender. Mesmo com crédito ia ser complicado, porque podia não ser saudade, mas cobrança. Coisa de 200 reais a dívida. Nem é muito pro que já bebi lá. Mas cada pouquinho que junto de dia, à noite vai embora no primeiro bar.

****
Tava falando antes aqui no blog, que tava parando de beber – na verdade tentando diminuir. Comecei pensando em não beber durante um tempo, coisa de um mês. Percebi no segundo dia que era impossível. Mas fui esforçado, precisa dar uma emagrecida, porque a única coisa precedida por artigo feminino que me olhava era a cerveja. Nem a cachaça paraibana que ganhei de uma amiga, que fico conversando com ela em momentos de solidão em casa, tem um nome feminino. Dureza.

Mas aí tentava. Antes mesmo da tática do
“estou dirigindo” (que deu muito certo e tive que parar de usar), fui visitar uma parentada em Minas, mais especificamente em Barbacena. Aniversário de criança, afilhada, pensei comigo, além de não beber vou aproveitar e estudar no sábado de manhã, antes do pessoal levantar.

Cheguei na sexta à noite, coisa de nove horas. Cervejinha rolando, mas resisti. Na verdade estava acabando, e como restava uma latinha, peguei uma e estava me forçando a ficar satisfeito.

Escuto aquela voz do diabo – na verdade era o Saperoco –, vindo lá de fora. Chega aqui cajibrina, vê se a cerveja já gelou. Um freezer, coisa de uma caixa de cerveja. Ai, ai.

- Tá quente, vamos dormir.

- Então senta aí, vamos esperar gelar.

- Não... esperar gelar vai demorar... ... ... ... pega logo do jeito que está e esperamos gelar bebendo ela meio quente ainda.

Não deu. Tentei, fui insistente, mas acabei tomando a cerveja. Por fim – antes fosse – acabou a cerveja. Mas nesse meio tempo chega o Pantaleão. Antes de acabar a cerveja já tinha rolado o convite pra uma saideira num buteco perto. Fui. Cinco saideiras e o buteco fecha. Sei que fui parar num tal de Tanamira, buteco misturado com paintball. Mas o melhor é que não fecha.

Cachacinha pra lá, cachacinha pra cá, mais algumas cervejas e Pantaleão diz que vai dormir no carro. Fico lá conversando com o dono, que nem imagino o nome agora. e chega irmão do Panta, o Alemão. Mal, cabisbaixo.

- Quê foi meu camarada, que cara é essa?

- Porra – pega o cigarro e joga no chão. Nunca mais fumo – pisa no cigarro.

- Boa, fumar é uma merda mesmo. Mas o que houve?

- Pô - pega o cigarro do chão. Agora já foi, depois eu paro de fumar... negócio aí duma amolescência... já aconteceu contigo?

- Não – mentindo.

- Porra, tô fudido então. Fiquei broxa – volta a jogar o cigarro no chão. É essa porra do cigarro, vou parar de fumar. Aqui - falando mais baixo – num fala pra ninguém não hein cara? – e continua – Valderrama, chega aqui! Cê não sabe o que me aconteceu – gritando – deu uma amolescência com aquela morena, mulé mais gostosa que eu arrumei. Metade do bar ouve.

Final das contas, lá pras 10 da manhã, Quiroga vem do carro perguntar o que ouve com o irmão, que ficou sabendo no estacionamento da tal amolescência.

****
Dia seguinte foi a festa. Deitei umas 10 e meia e meio-dia já levantava, ainda tonto. Almocei uma cerveja.

terça-feira, 30 de setembro de 2008

direto pra casa

-Alô?

- Oi, amor. Tá chegando?

- Tô, tô indo direto pra casa...

- Ai que ótimo, estou com saud...

- Pra Casa da Manteiga, que reabriu ontem.

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

sessão Caco Galhardo

Estava no bar ontem, e num desses impressos que ficam no Mica, encontrei uma revista chamada pix. Nela tem um quadrinho do Caco Galhardo que achei bem legal. Ia postar aqui mas não encontrei. Mas encontrei outros dele que valem a pena.
http://blogdogalhardo.zip.net/




















quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Cana Dance

Tava lendo a coleguinha do Ombudsman e ela postou lá uma foto do Cana Dance, buteco à beira-mar em Genipabu (ou Jenipabu, depende da placa que você ler por lá), que é servido pelo Netinho, um dos garçons mais sinceros que conheci.

- Cerveja tá quente, Netinho...

- É

- E aí, traz uma gelada agora, no capricho

- Tem não

- An?

- Tá tudo quente...

- Nem umazinha lá do fundo?

- Essas já são lá do fundo, só tem mais três e acaba...

- E as outras?

- Não, são as últimas, depois acabou.

Legal a sinceridade, mas aí fica difícil pedir uma cerveja sabendo que ela está quente, sem a menor esperança de que pode vir um pouquinho mais gelada. E pra piorar, que nem vai dar tempo de gelar.

PS: Depois Netinho apareceu com um Brahma Fresh, menos quente que a Skol que estava rolando. Mas era a única também...

terça-feira, 9 de setembro de 2008

Jaguar, Fausto...

Falando em Jaguar e em Fausto Wolff, em uma entrevista ao Jornal do Comércio, Jaguar se refere ao Fausto Wolff

Jornal do Comércio – Tem uma história antológica dele (Fausto Wolff), né? uma participação numa corrida etílica, ou coisa parecida, em que você era um dos jurados.

JAGUAR – É, essa história eu não coloquei no meu livro (Confesso que Bebi). Foi uma maratona, que a Brahma inventou. Os participantes iam do Jardim de Alah até a praça General Osório, parando em determinados bares, em que havia fiscais anotando o que bebiam, ganhava quem tomasse mais chopes até o ponto de chegada. Eu apostei no Fausto Wolff e ele já me chega de porre. Fui reclamar e ele: “Calma, eu tinha que fazer o esquente”. Fausto tomou uns 40, 50, chopes, não lembro mais, e tirou em segundo lugar. O vencedor foi um crioulo, mas na hora de receber ele caiu no choro, disse que não merecia o prêmio, revelando que não era um, e sim dois negões. O cara contou que correu com outro cara muito parecido com ele. Então depois que saíam de um bar, trocavam de camisa, e foram revezando-se até o final da maratona.

Prato da semana























Uma coletânea de crônicas que têm
como personagens boa parte da arte e cultura cariocas. O roteiro que Jaguar propõe em suas narrativas começa na Gávea, passa pelo Leblon, por Ipanema, Copacabana, centro da cidade, chega a Vila Isabel e Maria da Graça, para depois esticar em Corrêas, Itaipava, Parati e até mesmo São Paulo, onde ele conseguiu encontrar na Freguesia do Ó um colecionador das melhores cervejas importadas e fez o cardápio do consulado carioca em São Paulo, o bar Pirajá. Esse é o trajeto percorrido em “Jaguar de Bar em Bar: confesso que bebi – Memórias de um amnésico alcoólico”, da editora Record.

Escrito e ilustrado por ninguém pelo bebedor profissional Jaguar, este livro não é um guia convencional de bares, mas foi produzido a partir de lembranças de fatos e de conversas jogadas fora em torno de rodelas de chope, copos e garrafas, que sempre balizaram a vida do chargista, desde anos tão verdes quanto licor de menta. E não deixa de ser um guia cultural de um Rio de Janeiro que insiste em manter a aura de boêmia, mesmo com todos os problemas socioeconômicos.

Como o bom bebedor não bebe só, o livro é também uma crônica que tem como personagens boa parte da arte e cultura cariocas. Pois Jaguar, envelhecido em barris de várias procedências, bebeu com gente como Madame Satã, Hugo Carvana, Tom Jobim, Paulo César Peréio, José Lewgoy, Paulo Casé, João Ubaldo, Nássara, João do Vale, Antonio Pedro, Carlinhos de Oliveira, Paulo Mendes Campos, Lúcio Rangel, Roniquito, Nelson Cavaquinho e Carlinhos Niemeyer. Todos eles concorrentes de peso.

Amnésico alcoólico de ótima memória e texto calibrado, Jaguar é a prova de que o fígado é antes de tudo um forte, felizmente o mais resistente de nossos órgãos. A saideira, e passa a régua.

1940* Fausto Wolff +2008

Em abril de 2006 ele escrevia, sobre seu derrame:

Outro dia quase bati as botas. Fechado o expediente, fiquei bebendo uísque enquanto olhava o mar. À medida que bebia, mais o mar se agitava, me agitando também. Tive uma idéia genial e voltei ao computador, mas - vejam só - não conseguia escrever as frases direito. Era sempre aprotaledo pelas pavrolas. Retornei à janela, fiquei vendo o mar e tendo idéias geniais. Bebi mais algumas doses de uísque e, quando minha mulher voltou do trabalho (é, meus filhos, alguém tem de prover), contei-lhe o que ocorrera. Ela: ''Você teve um princípio de enfarte ou um princípio de isquemia'', e, sob meus discretos protestos, arrastou-me ao hospital.

Colocaram-me num leito ao lado de muitos outros, separados por um lençol. Braços furados por mil agulhas, fui vítima de um clister e do resultado do clister, tudo isso em meio a dezenas de pessoas que fingiam ignorar minha indiscreta performance. Lá pelas nove da manhã fugi do hospital e fui caminhando por Ipanema. Acabei num boteco em frente ao estúdio do Millôr, na Gomes Carneiro. Tomei um conhaque, comi um sanduíche de pernil e fumei um cigarro. Bateu-me a vontade de escrever um poeminha. Pedi lápis e caneta, mas as mãos não obedeciam ao cérebro.

Só depois de desenhar mentalmente a letra é que conseguia reproduzi-la no papel e ainda assim muito mal. Desisti do poema e fui pedir a opinião do Millôr, que há 50 anos é uma espécie de irmão mais velho. Aconselhou-me a voltar ao hospital, o que fiz de táxi desta vez. As enfermeiras me receberam de braços abertos e nem me torturaram. Tivera mesmo uma isquemia. Três dias depois, feitos todos os exames, me mandaram embora e proibiram-me de fazer as três coisas de que mais gosto: ver Mannhattan connection, discutir com adolescentes e ler originais não solicitados.

Caíram nessa? Não acredito. É isso mesmo que vocês pensaram. Estou proibido de fumar, beber e procriar, pois, no meio de uma dessas atividades, o sangue pode derrapar na veia e sair da pista da minha vida, que pode não ser grande coisa mas é minha. Por isso nunca mais fumei, bebi e procriei ao mesmo tempo. Tudo tem seu tempo certo.

Do site/blog Mau Humor:
http://www.gardenal.org/mauhumor/
Que parece que virou:
http://www.oesquema.com.br/mauhumor/

No BUTECO DO EDU
, ele postou lá uma entrevista que ele e mais três pessoas fizeram com o Fausto Wolff, em junho de 2004. É bem grande, pensei até em postá-la aqui, mas acho mais justo o link. É grande, sem nenhuma censura e feita numa mesa de bar, mais especificamente no Bar Brasil, na Lapa.

sábado, 23 de agosto de 2008

parando de beber II

Tentei, tentei, e por mais força de vontade que eu tivesse, as pessoas insistiam em que eu bebesse. Como já disse, as pessoas tomam como ofensa não beber. Fica difícil foram umas três semanas tentando ficar sem beber pelo menos de segunda a quarta.

A situação é muito complicada. Precisa de uma lei para parar de beber, de algo que as pessoas entendessem como irrevogável e aí não me obrigassem a beber. E não é que do nada essa lei surge.

Depois de tentar não beber, inventar que estou tomando remédio, o escambau, já tinha desistido de não beber. Até que, não mais que de repente, numa última tentativa de falar que não vou beber, uma voz lá do canto da mesa pergunta o porquê, retoricamente, já respondendo. “Porque está de carro?”. Não precisei falar mais nada. Na verdade depois da resposta afirmativa não me deixaram mais beber. Era a lei que faltava. Agora estou indo de van pro trabalho. Mas de segunda a quarta falo que estou de carro.

parando de beber

Estava definido. Tinha que perder pelo menos seis quilos. Num tem sido uma tarefa fácil. Quanto mais penso em emagrecer, mais engordo. Parece que é psicológico. O dia que você esta esquecendo chega no trabalho e “você tá fofinho hein?!”. Decidi então que beber agora (até perder o peso) só final de semana (de quinta a domingo). Mas não é tarefa fácil. Depois de uma certa fama (sem méritos, as pessoas exageram) você não beber se torna ofensa.

Segunda.

– Não vou beber hoje não

– Ah! Fala sério. Enchem o copo e não dá pra recusar, ainda mais desperdiçar um copo de cerveja.

– Bom, colocando o copo de lado – mas não impossibilitando o acesso a ele, aí é querer demais. Alguém enche. Mais um. Depois do terceiro a dieta alcoólica fica pra terça.

Terça.

– Pessoal, não posso nem beber hoje. Estou tomando um remédio aí, se não corta o efeito e aí é mais remédio, mais dias sem beber, resumindo, mais problema – já prevendo que se falo apenas que não estou bebendo, não teria êxito.

– Deixa disso. É antibiótico? Se não for não tem problema nenhum, é mito – sempre aparece um na mesa metido a médico, que entende das coisas, e desce cerveja. Nem tento discutir, já estava mesmo com sede...

Quarta.


Bebi segunda, bebi terça, já vinha bebendo desde num sei quanto, já teria mesmo que voltar a beber na quinta, um dia não faria diferença. Já me adiantei, abri a cerveja e eu mesmo me servi.

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

bebê e banco, só no bar

Papo de buteco. Sem bebida. Horário de almoço do trabalho. Nem sei se merecia estar aqui.

- Eu queria ficar grávido. Deve ser uma experiência e tanto.
- Porra, a vantagem de ser gay é que eu não mênstruo e não engravido.

- Ah, mas gerar uma criança deve ser lindo. Quero ter gêmeos (já imaginando sua gravidez).
- Porra, criança pequena tenho medo até de pegar, de deixar cair..

Por isso que eu digo, bebê só é bom no bar.

Papo continua. Passam da infância pra fase geriátrica. Coisas de plano de previdência privada.

- A melhor coisa pra se fazer é um plano privado. Eu pago 500 por mês e vou ter uma aposentadoria de 5 mil reais.
- Ah, eu preciso de alguém pra pensar isso pra mim. Nunca entendo nada e sempre saio no prejuízo.

Por isso que eu digo, banco só é bom no bar.

terça-feira, 12 de agosto de 2008

final sem graça (ou esses leitores dão um trabalho...)

Pensei que meus leitores viriam em minha defesa dizendo, mesmo que contrariados, que o final não era nada sem graça, que gostaram, mas não foi dessa vez. Deixaram uma anônima qualquer acabar com meu trabalho, que uma leitora achou que deve ter durado pelo menos três dias. Mas vá lá, dizer que eu tava com pressa tudo bem, mas também precisava pensar em quem ia ler a saga do jorge. Meus leitores são pessoas cheias de compromissos e não podem ficar mais de 15 minutos lendo só este blog, que eu não sou egoísta. Mas como todo mundo concordou – quem cala consente – com a anônima, pode até ser que role uma continuação. Mas vou esperar vir a paciência, pra num ter um final sem graça de novo.

Falando em leitores, sexta ou sábado, meu grau alcoólico dos dois dias não me permite distinguir a data exata, um leitor, não dos muito assíduos - segundo ele próprio - disse que eu deveria parar de colocar texto ou o que quer que seja que não seja de minha autoria. Diz que fica extremamente sem graça - foi cruel ele - e que ele sempre já viu o que é postado aqui em outro lugar. Poderia dizer que ele está acessando muito a internet, que está com tempo livre demais, mas eu, que estava com um texto prontinho pra colocar aqui, mas que não era de minha autoria, não o postei, em respeito aos leitores.

(PS 1º parágrafo: queridos leitores, ainda dá tempo de ficarem do meu lado).

(PS foto: essa linda da foto aí é afilhada, que fez aniversário no sábado - 9 de agosto -, dia de meu último porre, que em breve pode ser que entre aqui. Ou não)

(PS 2º parágrafo: vamos ver se o leitor pelo menos aparece por aqui novamente, pra merecer todo esse respeito)

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

a saga de jorge (completa)

Jorge chega no bar. Aparentava apreensão. – Uma cerveja, por favor. Muito educado. Num era dalí. Sentou, olhou ao redor. Parecia estar esperando alguém. Suava. Entra no bar um grupo, três pessoas, uma delas com arma em punho. – O de sempre, grita. Dona Gígia serve um rabo de galo, feito especialmente pro Muralha, que comandava a região. Chegou no balcão, bebeu, - Mais um! – Fica com a garrafa e fica à vontade, falou dona Gígia. Os dois que o acompanhavam não beberam nada. Na verdade, quem acompanhava Muralha nunca bebia. Era ordem, lei, estipulada por ele. Pra se sentir sempre seguro, precisava de dois homens sóbrios ao seu lado. Isso porque ele bebia sempre. Seu café da manhã era sempre na bar da Xuxa (só bebia em bar que a dona era mulher, a exceção era o bar da Xuxa, que era uma travesti), uma latinha de fanta laranja com uma dose de vodca. Xuxa começou a comprar fanta por causa dele, porque antes não tinha muita saída. Agora não pode faltar.

Era quatro da tarde. Jorge logo que viu Muralha se assustou ainda mais. Nunca tinha visto uma arma ao vivo, só em filmes, que gostava muito de assistir. Na verdade era fã de Charles Bronson e Chuk Norris. Vivia se imaginando nos filmes, sonhava em ser como os protagonistas, mas na vida real. Sempre foi medroso. Isso começou a mudar quando Lucélia apareceu na sua frente a primeira vez. Ela vendia cachorro-quente em Copacabana e ele, depois de correr por dois quilômetros no calçadão da praia, bebia uma água de coco num quiosque. Sentado. Ela estava próxima a sua mesa. Até hoje eles não sabem quem olhou primeiro, mas flertaram, isso era certo. Ele tinha seus 32 anos, ela uns 22. Ele nunca teve coragem de se aproximar de uma mulher, a não ser quando encontrava-se bêbado. Inseguro. Ela não. Tinha 10 anos a menos mas já alguma experiência com homens. Sexo era uma coisa natural, que praticava desde os 15 anos, quando conheceu seu primeiro namorado. Ele, nunca teve uma relação duradoura.

Era cinco de agosto de 2008, uma quinta-feira. Pela primeira vez ele sentia uma coisa dentro do peito, uma ardência, os batimentos cardíacos aumentaram. Suava. Não sabia o que fazer, mas não podia perder a oportunidade de falar com ela. Estava de dieta, evitando alimentos gordurosos. Corria todas as noites, tomava uma água de coco, e ia pra casa. Comia no máximo uma maçã antes de deitar. Nesse dia, a única coisa que conseguiu pensar para se aproximar de Lucélia foi pedir um cachorro-quente. Já era muito, pra quem nunca teve coragem pra tomar qualquer tipo de iniciativa. Comeu um, em silêncio. Ela olhava pra ele, sorria, mas também não falou nada. Por fim, ele fala. - Quanto é? – Dois reais, respondeu. Ele ia pagando, mas pediu mais um. Nem estava com fome. Lucélia parece ter percebido, mas só teve certeza quando Jorge, após acabar o segundo, pediu um terceiro pra viagem.

– Completo?, ela perguntou – Não, também sem passas. Eu não gosto de passas. – Ah, mas esse é pra você também? Pensei que ia levar pra sua esposa. – É, hun... Eu não sou... é ... casado. – Sei, bonitão desse jeito e não tem ninguém? Me engana! Jorge tremeu. Ia saindo. – Ou, dá seis reais!! Ele se desculpa, continua sem saber o que dizer. Pega o dinheiro, passa pra Lucélia, e diz, de bate-pronto, sem pensar muito, Você é linda, olhando no olho dela, coisa que ele nunca tinha feito antes, olhar no olho de uma mulher. Ela sorriu. – Assim num vou nem cobrar o cachorro... Num precisava de mais nada, ela tinha dado o sinal verde, mas era o Jorge. Com ele não seria fácil.

Tentou pensar rápido, em alguma frase que houvesse escutado ou do Charles ou do Chuck para alguma mulher em algum filme. Não vinha nada à mente. Chegou a pensar em uma frase de Era Uma Vez no Oeste, com Bronson. Mas não tinha nada a ver com o momento. Coisa de dois minutos em silêncio. Mas Jorge estava mudando. – Você vem sempre aqui? Já era alguma coisa, vindo dele. – Todo dia. Vem me ver aqui amanhã. – Claro, claro.. Vou vir. – Então até amanhã. – Até.

Não dormiu. Chegou em casa com ela na cabeça. Não sabia nem o seu nome. Tomou um banho e desceu. Duas doses de tequila, uns quatro chopes, e foi até a praia. Ela não estava mais lá. Parou num quiosque, bebeu até umas três da manhã. Foi pra casa. Apagou. Acordou pensando nela. Coisas de Jorge. Não foi trabalhar. Levantou mesmo uma da tarde. Foi pra praia, ficou esperando e pensando o que falaria. Umas cinco da tarde, sem que ela chegasse, foi pra casa. Tomou um banho, tomou umas cervejas. Sete da noite desceu, horário do encontro do dia anterior.

Ela estava lá, com um sorriso no rosto. Logo que a viu, ele parou do outro lado da rua. Ficou olhando. Não passava nada em sua cabeça pra dizer a ela. Deu meia volta, parou no Panamá, tomou uma dose de cachaça e uma cerveja. Saiu. Voltou no Panamá e pediu uma bala halls. Não queria chegar com cheiro de bebida. Pudor de Jorge. Foi até a praia, não a viu mais. Mas o carrinho do cachorro-quente estava lá. Parou ao lado, um homem chega perto. – Vai um cachorrão? – Não, não, quer dizer... – Tá procurando a Lú? – Lú? – É, a menina do cachorro? – É. Queria falar com ela... – Ela tá vindo aí já, foi no banheiro ali.

Ela chega. – Pensei que não viria hoje. – Não, eu vim. – Tô vendo. Bebeu né? Adoro homem com cheiro de bebida, falou se aproximando dele. – Não vai me chamar pra dar uma volta? – Mas e a barraquinha de cachorro-quen... – Ssshi, colocando o dedo na boca dele. – Você mora por aqui? Vamos pra sua casa. – Va... vamos...

Jorge chegou a pensar que ela era decidida demais, que não deveria ser assim. Compostura em excesso de Jorge. Entraram, ela sempre tomando a iniciativa. Fizeram o que ela quis, do jeito que ela quis. Ele não falou uma palavra. Se sentia o homem mais feliz do mundo. Isso nunca tinha acontecido com ele. Conversam, ela muito mais do que ele. Fala que mora em Ramos, num lugar chamado Nova Brasília. Ele não conhece. Nem se preocupa em conhecer. Estava feliz como estava. Leve. Dormem.

Ele levanta e vê apenas um bilhete. Como nos filmes (a pessoa levanta antes, faz o que tem que fazer e o outro só acorda depois que o outro já saiu). “Tirei na sua carteira o que ficou me devendo. Querendo de novo, sabe onde me encontrar”. Primeiro não entendeu. Ingenuidade de Jorge. Depois ficou puto. Não acreditava. Ele estava apaixonado, e acreditava que ela também estava. Não dava pra entender.

Mais um dia sem trabalhar. Jorge trabalhava (pelo menos por enquanto. Se continuar sem trabalhar até o final do texto vai ser demitido) em uma agência de publicidade. Na área de criação, por mais estranho que possa parecer. Era um cara inteligente, tinha boas idéias, desenhava bem, escrevia bem, só não sabia falar. Ele criava praticamente sozinho na agência, mas sua dupla de criação que apresentava as propostas publicamente. Ele era péssimo pra argumentar suas idéias. Luiz adorava. Seu trabalho era apenas apresentar as idéias, e na maioria das vezes aparecia como quem tivesse tido a idéia. Não que Luiz fosse mau-caráter. Mas também não fazia nenhum sacrifício para os bônus serem depositados em Jorge. Mas não foi ao trabalho pelo segundo dia consecutivo. Não tinha cabeça para isso.

Tomou um banho. Xingou a Lú, que mesmo conversando, esqueceu de perguntar seu nome completo. E talvez se perguntasse, ela inventaria um nome artístico. Luciana, Lucineide, Luciete, “Lú de cú é rola”, pensou. Xingou mais, quando no final do banho viu o ralo cheio de cabelo. Ele, quase careca, não era o dono daquilo. Saiu do banho. Não sabia o que fazer. Se ia na praia encontrá-la – era o que mais queria, apesar da raiva – ou se não fazia nada – como era de costume.

Decidiu ir para o bar. – Macarrão, desce um limão e uma cerveja. Hoje é dia de beber. – hoje é quarta seu Jorge, já cedo vai começar assim? Num vai um caldinho de feijão antes? Bebeu. De uma da tarde até umas seis. Já tocado pelo álcool, decidiu que iria à praia encontrar com Lú. “Ela não gosta de cheiro de cachaça?”, pensou. Estava irritado. Mais porque ela não estava apaixonada por ele como ele imaginava do que por qualquer outra coisa. Foi lá. Encontrou não ela, mas o mesmo cara da outra vez. – Ih, ela num vem aqui hoje não, parceiro. Falou pra te entregar esse papel, caso você viesse.

“Meu lindo, espero que não esteja com raiva de mim por ter saído sem me despedir de sua casa. Qualquer coisa me liga: 9669 6996. Sua princesinha”. “Filha da puta!”, “princesinha”... Foi direto pra casa. Amassou na frente do camarada do cachorro-quente o bilhete. Mas não jogou fora. Veio na palma da mão até o apartamento, quando o abriu novamente, ajeitou o mais que pôde, e leu umas oito vezes. Imaginava o dia anterior, como foi bom. Com telefone em mãos, discou umas 10, 20, 30 vezes. Não deixava completar, com medo.

Numa dessas de liga-desliga, o telefone toca. Mais porque ele se distraiu do que porque ele teve coragem. Ela logo atende. E logo desliga, depois de quatro “alô” e nenhuma resposta. Ele liga de novo. Ela atende, já meio puta. – Quem é?! – Princesa? (inocência de Jorge não imaginar que para todos, ele se chama princesa). – Oi, quem fala? – Seu príncipe (tolice de Jorge), fala Jorge, longe da criatividade que empregava em seu trabalho. – Jorge?, ela acerta. Coração dele bate mais forte. Ele cogita que ela pode gostar dele tanto quanto ele gosta dela. Coisa dele, como já perceberam.

Ele fica mudo ao telefone depois de confirmar que é ele mesmo. Passam-se alguns segundos, ela fala. – Hoje não vou poder ir aí, você queria me ver de novo? – É... – Olha só, eu estou perto de casa, aqui em Ramos, se você quiser, pode até vir aqui. – Claro, respondeu sem saber onde ela mora, mas pensando que ela estava, também, apaixonada por ele. – Você vem?, ela pergunta, surpresa. – Claro, claro, achando que era o que ela queria escutar.

Ela deu o endereço, ele anotou. Disse que em meia hora chegava. – Vem de avião, fofinho? Num é pertinho assim não. Antes de ir passou no Panamá e pegou três latinhas com Macarrão e virou duas doses de limão. Pegou um táxi. Disse o endereço e o taxista disse que não ia, que era muito perigoso e que só trabalhava na Zona Sul, no máximo Tijuca e Méier. Entrou num segundo. Esse disse que deixava perto, mas que provavelmente não chegava até o local. Então vamos, que tenho pressa em chegar, falou Jorge, já mais confiante do que nunca.

Estão na Avenida Itararé. O taxista pergunta para um policial da Força de Segurança Nacional, na entrada da Grota, no Alemão, onde fica Nova Brasília. O policial não responde. O taxista comenta com Jorge que a polícia é um problema. Começa a falar dos policiais que mataram uma criança na Tijuca. Jorge não escuta. No caminho já tinha contato vários casos de assaltos com ele e com amigos taxistas. Se Jorge estivesse prestando atenção, colocava aqui algumas histórias de taxistas, mas ele só pensava em Lú. Viram uma esquina. Jorge abaixa o vidro e pergunta sobre o local. Indicam que é a próxima à direita. – é no bar da dona Gígia, é só perguntar ali na frente que todo mundo conhece. Desce na entrada, que o táxi não entra. Paga a corrida e nem espera o troco. O taxista, malandro, fica quieto.

Entra na rua com comércio nas laterais. São oito da noite e o movimento é grande. Bares dos dois lados, um do lado do outro. Ele para em uma barraca de churrasquinho, pede uma cerveja e pergunta onde é o bar da Gígia. Segue até a entrada. Entra.

***

Muralha está calmo hoje. Segundo os moradores, quando ele pede apenas um rabo de galo, é que o ambiente está tranqüilo. Ruim fica quando ele desanda a tomar o caju amigo da Gígia. Toma uns doze seguidos e aí sai de baixo. Sempre arruma alguma treta, conta o paulista que mora na Brasília há sete anos. Sorte do Jorge que hoje ele está calmo.

Ele senta numa mesa próximo de Jorge, que começa a suar ainda mais. Jorge levanta e pede um rabo de galo também, que queria experimentar, que o negócio deve ser bom. – Num tem não meu senhor, rabo de galo só pro Muralha. Jorge treme. Muralha levanta (igual nos filmes também) e pergunta. – Quer tomar um gole camarada? Qual é sua graça? – Jorge. Mas tá tranqüilo, eu tomo outra parada, diz, cheio de gíria, tentando entrar no clima. – Não, toma aqui, gostei de você (além daqui, só em filme mesmo que isso acontece). Ele senta. Surpreendentemente, em poucos minutos ele está enturmado, riem na mesa. Ele e Muralha, que os que acompanham o chefe ficam sérios o tempo todo. Faz parte do contrato.

Estava tudo ótimo até ele falar do porque que estava ali, naquele dia, naquele horário. Ele contou poucos segundos antes de Lú entrar no ambiente. Falou justamente dela, que a estava namorando. Muralha primeiro riu, depois ficando sério, perguntou. – Está de zoação comigo porra?! – Como assim?, falou sem perder a coragem, coisa rara em Jorge. – Se quem você tá falando é quem eu estou pensando, você só sai daqui sem os culhões!

Entra Lú. Senta entre os dois. – Vocês já se conheceram? Muralha puxa ela pelo cabelo e pergunta quem é o viado! – Deixa eu explicar. É um amigo. – Amigo?, surpreende-se Jorge. – Eu vim aqui te buscar, pra gente ir lá pra casa – apesar de ter criado coragem, continuava ingênuo. – Jorge, você não entendeu nada..., disse Lú. – quem não está entendendo sou eu, porra!, gritou Muralha. Seus capangas já de pé, prontos para qualquer coisa.

(Lembram da frase que Jorge pensou de um filme de Charles Bronson, mas que não tinha nada a ver com o momento, para falar com a Lú? Então, agora seria o momento ideal – na cabeça dele)

Jorge se levanta e diz, com voz grave, que veio aqui para buscar Lú, e que ninguém o impediria. Lú, talvez pela convicção de Jorge, não resmunga nada dessa vez. Ele a puxa e ela fica ao lado dele. Muralha e os dois companheiros se agitam. Os três armados. Jorge lembra de Era Uma Vez no Oeste e lança a frase célebre de Bronson:

– Vocês trouxeram uma arma para mim?

– Acho que está faltando uma, fala o que estava à direita de Muralha.

– Não, na verdade acho que tem duas a mais, completa Jorge.

Todos se espantam. Diferente de como acontece no filme, que Charles Bronson mata os três e fica com os três cavalos (não eram armas, Jorge adaptou a fala), Lú sai correndo prum lado, Jorge pro outro. Nunca mais se viram. Jorge mudou de apartamento e evita correr à noite no calçadão, com medo de encontrar Lú. Mas ele ainda não a esqueceu.

domingo, 3 de agosto de 2008

então

– Ce vai?
– Como assim?
– Tô bêbado...
– Eu também porra!
– Então!
– Então o quê?
– Sei lá porra, to doidão.
– Então dorme.

sábado, 2 de agosto de 2008

vai você (2)

Aí depois que eu passei (e postei, veja abaixo pra entender) eu pensei. Será que era comigo? Será que o cara achou que eu não entrei porque ele falou aquilo e me amedrontou? Ah se eu tivesse pensado nisso antes. Teria ficado com a raiva que estou agora na hora. E aí que não entrava mesmo.

vai você

– Vai tomá no cu!!!, gritou lá de dentro. Eu passava na porta, quase entrando. Repensei minha trajetória. Esse buteco parece legal, sujo, num tem nem mesa, só o balcão com uns caixotes pra sentar, mas deve ser meio barra pesada. Dei um tempo, depois de uns 30 segundos nenhum grito mais, ninguém retrucou. O cara deve ter ido tomar no cu.

concurso, sei...

Ontem foi o primeiro dia do concurso de comida. Fui pra rua, pra ver se conseguia algo de graça pelos bares participantes. Pelos bares não, que parei no primeiro e não saí mais. Quer dizer, saí, mas já fui direto pra casa. Fui no Pavão Azul, que como é final de mês, entre os que estão na lista pra mim é dos mais baratos. E mais perto de casa (menos o custo do transporte). Fui lá, bebi, comi, e paguei. Nem um desconto. Nem urna encontrei por lá. Falaram que ainda não começou direito. Mas que a urna deve ir pra lá até o próximo final de semana. Enquanto isso fico aí, bebendo e pagando. Agora vou bater meu ponto no Panamá mesmo, que dá pra pendurar.

buteco internacional

Depois que a Clê, amiga do capilo, mostrou aqui pro cajibrina como funciona o tal do Google Analytics, descobri que o buteco deixou de ser pessoal. E num é coisa pouca não. Clementina tava tirando onda que o Ombudsman tem visita do Canadá. Rá! Buteco foi muito mais longe. Tava vendo aqui, e olha que isso só ontem (dia 1º de agosto), veio gente aqui de Toronto (Canadá), Midvale, Fishers e Champaign (EUA), além dos amigos europeus de Portugal (Maia) e Noruega (Oslo). Isso sem contar os muitos visitantes da capital carioca e dos (provavelmente) parentes de Barbacena, em Minas Gerais. Agora têm 13 leitores que o Google não consegue identificar. Vou até voltar a atualizar isso aqui, que as visitas, sem assunto, vão acabar não voltando.

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

comida di buteco

Agosto vai ser um mês de 31 dias. Como é há mais de dois mil anos. Mas pra quem mora na capital carioca, esses 31 dias podem ser mais agradáveis do que o habitual. Não que os outros dias de outros meses não possam ser. Mas é que em agosto lançaram por aqui o que já fazem a alguns anos na capital mineira, um tal de concurso chamado ‘comida di buteco’.

Vamos ao que interessa. Nesse mês que se inicia hoje, cada dia alguém estará avaliando um buteco diferente no Rio de Janeiro (no final do texto nomeio os participantes). E aí que entra a grande jogada. Os caras querem porque querem ganhar o tal concurso, pelo menos em uma das categorias. A sugestão é ir durante esse mês (escolha um dia de semana, se quiser ter êxito) na maioria dos bares listados abaixo, perguntar qual o petisco que está disputando, pedir uma porção no capricho, e um chopp (com colarinho) e quando a bebida chegar, analise-a, olhe profundamente o copo, beba e aprecie. Faça uma cara de quem gostou. Na hora do petisco, se tiver minimamente engordurado, peça pra trocar. Se trocarem sem reclamar, fique feliz. Eles estão achando que você é o avaliador e a conta vai ser de graça. Aí é sair pro abraço, beber bastante (mas não muito, que no dia seguinte tem que ir em outro buteco aplicar o mesmo golpe).

Agora mesmo que o cara não te confunda com um dos jurados, vale a pena ir em algum desses bares, e pelo menos o atendimento deve ser melhorado. Por exemplo pedir uma saideira. Coisa rara hoje em dia. Estou até pensando em voltar no bar Brasil, pedir um chopp e a saideira de brinde. Se não derem deposito meu zero na urna (pra quem não entendeu, clique aqui
). O voto popular vale 70% e do júri 30% e a apuração é feita pelo Instituto Vox Populi, e será realizado uma média ponderada, porque tem uns bares que têm mais visitas, e seria injusto apenas computar os votos.

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As categorias analisadas serão melhor tira-gosto, atendimento, higiene e bebida gelada. Já pra mim o melhor não vai ser o que tiver o melhor desempenho em todas as categorias. Buteco que se preza não pode ter um atendimento excelente, e tampouco higiene. Tem que ter sim cerveja gelada, uma cachaça boa, e um limão único. E uma categoria que incluiria é o preço, se é justo ou não. Porque aqui no Rio ou os caras por algum motivo têm muito mais despesas do que em outras cidades, ou a grande maioria está roubando mesmo dos seus clientes.

Os butiquins foram escolhidos pelo mestre Moacyr Luz e pelo jornalista Guilherme Studart. Segundo Moacyr, o Panamá não entrou porque o português quer manter a clientela, o mesmo clima bucólico do bar, sem aumentar muito o movimento. Coisa do portuga. Mas temos que respeitar (na verdade acho até que ele, desconfiado que é, ficou com medo de aparecerem vários jurados querendo provar tudo de graça e sair no prejuízo. Não o culpo, porque eu seria um deles...).


Nos butecos ainda vão rolar uns sambas e choros, mas não foi divulgada (pelo menos não fiquei sabendo) a programação. O vencedor será eleito no dia 3 de setembro, numa festa FECHADA, só pros amigos, no Rio Scenarium.

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A lista, com telefone e tudo
- Academia da Cachaça: Rua Conde de Bernadote 26, Leblon (2239-1542)
- Aconchego Carioca: Rua Barão de Iguatemi 388, Praça da Bandeira (2273-1035)
- Antigamente: Rua do Ouvidor 43, Centro (2507-5040)
- Armazém Cardosão: Rua Cardoso Júnior 312, Laranjeiras (2225-3493)
- Baixo Araguaia: Rua Araguaia 1709, Freguesia/Jacarepaguá (3392-3760)
- Bar Adonis: Rua São Luiz Gonzaga 2.156, Benfica (3890-2283)
- Bar Brasil: Avenida Mem de Sá 90, Lapa (2509-5943)
- Bar da Amendoeira: Rua Conde de Azambuja 881, Maria da Graça (2501-4175)
- Bar do Mineiro: Rua Pascoal Carlos Magno 99, Sta. Tereza (2221-9227)
- Bar do Seu Tomé: Avenida Salvador Allende 6700/101, Recreio (3283-5657)
- Bar Jóia: Rua Jardim Botânico 594, Jardim Botânico(2539-5613)
- Bar Lagoa: Avenida Epitácio Pessoa 1.674, Ipanema (2523-1135)
- Bar Urca: Rua Candido Garffrée 205, Urca (2295-8744)
- Beco do Rato: Rua Joaquim Silva 11, Lapa (2508-5600)
- Belmonte: Praia do Flamengo 300, Flamengo (2552-3349)
- Boteco Salvação: Rua Henrique de Novaes 55, Botafogo (2539-0216)
- Botequim Casual: Travessa do Comércio 26, Centro (2221-2626)
- Bracarense: Rua José Linhares 85, Leblon (2294-3549)
- Copão de Ouro (Bar da Portuguesa): Rua Custódio Nunes 155, Ramos (2260-8979)
- Enchendo Lingüiça: Avenida Engenheiro Richard 2, Grajaú (2576-5727)
- Gracioso: Rua Sacadura Cabral, Praça Mauá (2263-5028)
- Jobi: Avenida Ataulfo de Paiva 1166, Leblon (2274-5055)
- Mangue Seco: Rua do Lavradio 23, Lapa (3852-1947)
- O Original do Brás: Rua Guaporé 680, Brás de Pina (3866-1313)
- Pavão Azul: Rua Hilário de Gouveia 71, Copacabana (2236-2381)
- Petisco da Vila: Avenida 28 de Setembro 238, Vila Isabel (2576-5652)
- Petit Paulette: Rua Barão de Iguatemi 408, Praça da Bandeira (2502-2649)
- Pontapé: Rua Maldonado 361, Ribeira/ Ilha do Governador (2467-6954)
- Real Chopp: Rua Barata Ribeiro 319, Copacabana (2547-6673)
- Restaurante Siri: Rua dos Artistas 02, Vila Isabel (2208-6165)
- Varnhagen: Praça Varnhagen 14, Maracanã (2254-3062)

quinta-feira, 31 de julho de 2008

bebadosamba

Um mestre do verso, de olhar destemido,
disse uma vez, com certa ironia :
“Se lágrima fosse de pedra
eu choraria"
Mas eu, Boca, como semrpe perdido
Bêbado de sambas e tantos sonhos
Choro a lágrima comum,
Que todos choram
Embora não tenha, nessas horas,
Saudade do passado, remorso
Ou mágoas menores
Meu choro, Boca,
Dolente, por questão de estilo,
É chula quase raiada
Solo espontâneo e rude
De um samba nunca terminado
Um rio de murmúrios da memória
De meus olhos, e quando aflora
Serve, antes de tudo,
Para aliviar o peso das palavras
Que ninguém é de pedra

Bebadosamba, bebadosamba
Bebadosamba, bebadosamba
Meu bem
Bebadosamba, bebadosamba
Bebadosamba, bebadosamba
Bebadosamba, bebadachama
Também

Boca negra e rosa
Debochada e torta
Riso de cabrocha
Generosa
Beijo de paixão

Coração partido
Verso de improviso
Beba do martírio
Desta vida
Pelo coração
Bebadachama (chamamento)

Chama que o samba semeia
A luz de sua chama
A paixão vertendo ondas
Velhos mantras de aruanda
Chama por Cartola, chama
Por Candeia
Chama Paulo da Portela, chama,
Ventura, João da Gente e Claudionor
Chama por mano Heitor, chama
Ismael, Noel e Sinhô
Chama Pixinguinha, chama,
Donga e João da Baiana
Chama por Nonô
Chama Cyro Monteiro
Wilson e Geraldo Pereira
Monsueto, Zé com fome e Padeirinho
Chama Nelson Cavaquinho
Chama Ataulfo
Chama por Bide e Marçal
Chama, chama, chama
Buci, Raul e Arnô Cabegal
Chama por mestre Marçal
Silas, Osório e Aniceto
Chama mano Décio
Chama meu compadre Mauro Duarte
Jorge Mexeu e Geraldo Babão
Chama Alvaiade, Manacéa
E Chico Santana
E outros irmãos de samba
Chama, chama, chama

Bebadosamba, bebadosamba
Bebadosamba, bebadosamba
Meu bem
Bebadosamba, bebadosamba
Bebadosamba, bebadosamba
Bebadosamba, bebadachama

Também

Paulinho da Viola

prato da semana

Tá com sede? Bebadosamba de Paulinho da Viola, lançado em 1996. Após oito anos sem gravar, Paulinho lancou o CD Bebadosamba, quelhe rendeu seu primeiro disco de outro pelas 100 mil cópias vendidas. O CD também deu origem a um show homônimo, eleitos como um dos melhores do ano pela imprensa em 96. Abaixo as canções do CD e seus respectivos autores. Acima, a letra do samba que deu nome ao CD.

1 Quando o samba chama (Paulinho da Viola)

2 Timoneiro (Hermínio Bello de Carvalho - Paulinho da Viola)

3 Ame (Élton Medeiros - Paulinho da Viola)

4 Alento (Paulo César Pinheiro)

5 É dificil viver assim (Paulinho da Viola)

6 O ideal é competir (Casquinha - Candeia)

7 Novos rumos (Rochinha)

8 Memórias conjugais (Paulinho da Viola)

9 Reverso da paixão (Paulinho da Viola)

10 Dama de "espadas" (Paulinho da Viola)

11 Solução de vida (Ferreira Gullar - Paulinho da Viola)

12 Peregrino (Noca da Portela)

13 Mar grande (Sergio Natureza - Paulinho da Viola)

14 Bebadosamba (Paulinho da Viola)

Dá pra escutar as introduções das músicas em:
http://cliquemusic.uol.com.br/en/Artists/Artists.asp?Status=DISCO&Nu_Artista=456&Nu_Disco=3255

bares da cidade

Anoiteceu
Outra vez vou sair
Sem nada a esperar
Sem ter pra onde ir
Vou caminhar por aí a cantar
Tentando acalmar as tristezas por onde eu passar

A minha vida boêmia de bar em bar
É o meu amor sem paz
Por um amor vulgar
Que me abandonou
Chorando os meus ais
Me deixando também por maldade
Saudades demais
E eu vou levando minha alma aflita
À noite a cidade é tão bonita
Do Lamas ao Capela, e da Mem de Sá
Passo no Bar Luís
E no Amarelinho é que eu vou terminar



João Nogueira

segunda-feira, 21 de julho de 2008

mememmm...

Recebi um email, que nem entendi. Coisa de uma nova febre na internet, um tal de meme (derivado de memética). E uma das idéias dessa febre é conhecer melhor os outros, interação, sei-lá-mais-o-quê. Aí recebi esse email com umas perguntas e você responderia com músicas de seu artista ou banda favorito. Num sei quem é meu favorito, mas ficou mais ou menos assim:

artista: João Nogueira

1 Descreva-se: Não tem tradução

2 O que as pessoas acham de você: Louco

3 Descreva sua última relação: Eu, hein, Rosa!

4 Descreva a atual relação: Espere, oh nêga

5 Onde queria estar agora: Buteco do Arlindo

6 O que você pensa sobre o amor: Poder da criação

7 Como é sua vida: Bares da Cidade

8 Se tivesse direito a apenas um desejo: Rio, samba, amor e tradição

9 Uma frase sábia:
“Seu garçom me empreste algum dinheiro

Que eu deixei o meu com o bicheiro
E vá dizer ao seu gerente
Que pendure esta despesa
No cabide ali em frente”

10 Uma frase para os próximos:
“A vida é sempre uma missão

A morte uma ilusão
Só sabe quem viveu
Pois quando o espelho é bom
Ninguém jamais morreu”

No final lembrei do Nelson Sargento, autor de “Falso amor sincero”:

O nosso amor é é tão bonito,
ela finge que me ama,
e eu finjo que acredito

O nosso falso amor é tão sincero
Isto me faz bem feliz
Ela faz tudo que quero,
Eu faço tudo que ela diz

Aqueles que se amam de verdade,
Invejam a nossa felicidade.

quinta-feira, 10 de julho de 2008

boemia após a morte. Amém!

Como todo bom bebedor, amigos pra contar caso não faltam. Ou então pra divagar. Este que está ao lado (esquerdo), já colabora participando dos casos, às vezes contando e eu reproduzindo por aqui. Esta foto inclusive foi durante a gravação do primeiro papo de buteco, onde ele discute com o microfone. Dessa vez ele foi mais longe e decidiu que teria o nome dele no fim do texto. Então segue um texto dele. Que reproduzo com o maior prazer.

Ah, o nome dele é Bebeto, pra quem ainda não teve o prazer de tomar uma cerveja com ele.


****
Passando pelos bares e ouvindo os sambas eternos dos grandes mestres do passado, surgiu uma inquietante pergunta: será que existe butiquim no céu?

Imagine só poder estar ao lado de Noel Rosa, Nelson Cavaquinho, Cartola, Moreira da Silva, João Nogueira, Clementina, Wilson Batista, Ismael Silva e tantos outros, e não existir um butiquim com roda de samba, cerveja gelada, um cozido bem temperado, caju amigo!

Desde hoje faço minhas preces. Confesso estar realmente preocupado. Caso a vida eterna siga à risca o estereótipo de anjos saltando de nuvem em nuvem, harpas por todos os lados e aquela paz literalmente celestial, pedirei imediatamente a reencarnação!

Porém, algo me diz que os bambas perceberam o problema assim que chegaram lá, e desde então, o céu tornou-se o verdadeiro paraíso imaginado por Olorun, Deus, Jah, Brahma (esse então!), Zambi, Guaraci etc.

Esta noite eu sonhei com uma roda de samba no céu
Com Pixinguinha, Donga, Almirante, Sinhô, Ismael...
Noel Rosa versava
Wilson Batista respondia
Batucando num prato
João da Baiana sorria
Geraldo Pereira sambava
Marília Batista cantava
Araci de Almeida gingava

E Tia Ciata gostava
Era um samba de roda meio maxixado
Muito ritmado
Que Ataulfo Alves dizia ser samba rasgado
Se achegaram Vinícius, Heitor dos Prazeres, Padeirinho
E Cartola tocando a viola do Nelson Cavaquinho


(Martinho da Vila)

papo de buteco no ar

Finalmente, está no ar o papo de buteco. Num tem nada demais, só uns cinco camaradas bêbados falando. Mas era essa a idéia. Vejam (ou melhor, escutem) aí ao lado.

quarta-feira, 9 de julho de 2008

saideira par


Já repararam que sempre tem alguém fazendo aniversário? E como mesmo que seja durante a semana as pessoas costumam comemorar ou sexta ou sábado, num dá pra comparecer em todos. E se vai em um, e num-sei-quem fala pra num-sei-quem que você foi no de fulana e não no de beltrana, dá problema.


No meu caso, como quase ninguém faz questão da minha presença, não corro esse risco. Melhor assim. Sem contar que tem um povo que gosta de ir em bar/boate que te assalta na saída.

Tô falando sobre isso primeiro porque estou sem assunto e recebi vários emails pra festa sexta e sábado. Não vou em nenhuma delas. Mas na segunda estive num buteco na Farani, Dafoca o nome do lugar, que fez eu me animar. Principalmente nas segundas. Você tem algumas opções de cerveja (Antarctica Original, Bohemia ou Brama Extra) a R$ 4. mas na segunda, a segunda cerveja sai de graça. Na terça, a terceira é de graça, na quarta, a quarta, na quinta, a quinta. E para por aí, que sexta e sábado é dia do pessoal comemorar aniversário e eles não dariam esse presente de bandeja presse povo.

Remendando aquele velho ditado, que bebedor profissional bebe na segunda, eu diria que bebedor em precárias condições financeiras bebe na segunda. Então já sabem, saideira só par na segunda e quarta, e ímpar na terça e quinta.

papo de bêbado

Estou numa luta com o Podomatic e com o My Podcast. O primeiro funciona quando quer (e raramente, só consegui vê-lo funcionar uma vez, e mal). O segundo, embora funcione, não sei por que motivo, não aceita o arquivo que quero postar. Enquanto isso, fiquem aguardando o papo de bêbado. Uma hora ele vai pro ar.

sexta-feira, 4 de julho de 2008

lei seca – só se for pra eles

O povo* clama para que eu me manifeste a respeito da “lei seca”. Eu que não quero perder meus pouquíssimos leitores, atrevo-me a dizer sobre o que pouco li. Mas como envolve a minha querida companheira diária, sinto-me no direito de manifestar-me.

Ouro motivo é que num blog aí, um jornalista escreveu sobre esse tema e teve (até o dia que li) 430 comentários. Que seja contagioso.

Vamos ao que interessa, antes que meu público fique impaciente e peça a saideira. Essa lei de aumentar o rigor pra mim é uma idiotice. Muda alguma coisa só pra opinião pública, pra ficar parecendo que estão todos muito preocupados com os acidentes de trânsito que envolvem pessoas bêbadas.

Nossa lei já era bastante severa em relação a isso. Podia-se beber muito pouco e dirigir. E por mais que quisesse beber e sair dirigindo por aí, tenho que concordar que é perigoso. Pra mim, pra quem vai ao lado e pra quem está próximo. E acatava a medida (como estou acatando essa, que não quero perder a carteira de motorista e menos ainda pagar mil reais – e nem se quisesse teria de onde tirar esse dinheiro, diga-se de passagem).

(abrindo outro parênteses, estou agora me perguntando como conseguiria mil reais – Seu Manoel, estou precisando de uma ajuda. Sabe aquela dívida de 437 aí no bar. Esquece ela e me empresa 990 reais preu não ser preso(interrogação). Ou então ia sair ligando pra Clementina (cem merréis por favor), Letícia (duzentos, sei que tem na poupança..), Bodão (15 conto, só pra falar que ajudou), Bebeto (300 reais e fico fazendo o jornal sozinho durante um ano, até ter minha carteira de volta), Daniel (comprou um Mac e num vai ter 100 reais pra livrar a cara dum cara que tem uma merda de um Gol...), André (100 aí no rateio. Imagina ficar um ano sem entrar na banheira), e Suzana (175 é o que falta. Se quiser salvar minha vida)).

Mas vamos à lei. A anterior já punia o cara, o cara já perdia a carteira. A diferença é o preço que o cara paga e o nível alcoólico. Que de 6 alguma coisa (três chopps no máximo) vai pra zero (um chopp e comer alguma coisa depois com refri). Na verdade a diferença é que agora parece que tudo mudou, que todo mundo vai respeitar a lei, que já prenderam 19 no Rio de Janeiro.

Estou em Valença hoje e está tendo exposição agropecuária. Uns 15 quilômetros do centro da cidade. Quem vai, geralmente bebe. Mas ontem estava todo mundo sabendo que tinham seis bafômetros na cidade. E pra piorar, tinha policial de Volta Redonda, e ia ficar complicado ficar na conversa com o pessoal daqui (como geralmente se faz pelo visto).

Mas não só aqui, em todo lugar o suborno policial corre solto. É uma vergonha, mas está aí. Clementina outro dia comentou que com essa lei, suborno agora vai ter que ser no cheque, que ninguém anda com tanto dinheiro (não que ela fosse subornar, que nem dirige, era um comentário apenas). Eu acho que nem cheque. – Olha, eu num tenho essa grana, só estou com cartão. E o policial pergunta: visa ou redshop, com a máquina de cartão na mão.

Mas ei de não passar por isso, já que se bebo, não dirijo. Ou seja, o dinheiro que ia pro álcool combustível continua, mas muda o veículo.


* 40% dos leitores se manifestaram sobre esse assunto (percentual de erro de 7%, para menos). Explicando: o povo aqui é representado por uma pessoa (o quase-blog) e uma amiga que via email pessoal, enviou UMA mensagem, o que me faz crer que, de um blog que tem seus cinco ou seis leitores, dois é um número significativo.

terça-feira, 1 de julho de 2008

bola fora do alemão

Depois de 52 chops no Bar Brasil (26 pra cada), não rolou nem um garotinho de brinde. brincadeira...

quinta-feira, 26 de junho de 2008

política II

Estávamos lá, já próximos da saideira. Saideira que não saía nunca, já que Nico só toma saideira ímpar e Lena insiste em saidera par. Ficamos lá assistindo ninguém beber a última. Fazemos nosso papel, acompanhamos.

Mas lá estava o mesmo grupo, como sempre falando de política. Tavinho insistia com a sua questão de que a mídia era o grande problema da sociedade. Lena era das mais otimistas do grupo, para ela a cidadania popular (palavras dela) tinha força para desfazer privilégios. Ela tinha uma teoria lá que não vou lembrar aqui, nem em outro lugar, porque não lembro mesmo. Estava mais preocupado em pedir mais uma que o copo estava vazio quando ela teorizou.

Mas fez-se silêncio. Todos pareciam pensar, olhavam para o copo. Eu, já mais pra lá do que pra cá, pedi mais uma. Enquanto completava os copos semi-cheios, não sei porquê (quer dizer, porque estava bêbado), comecei a divagar.

– Essa é pra Lena e pro Tavinho, que adoram falar de mídia, que mídia isso, que mídia aquilo. Outro dia estava com uma lógica tostines na cabeça: o povo só lê esses jornais horrorosos (chamados de populares) porque são a única opção ou se tivessem outra opção continuariam lendo esses mesmos jornais? Pra você Tavinho, que gosta mais de falar mal da televisão, mudo a pergunta: o povo gosta mesmo do Faustão e do Silvio Santos, ou não vêem outra coisa por falta de opção?

– Nico, como sempre maquiavélico – e que não consegue ficar muito tempo sem falar – começou, já embaralhando as palavras pelo nível alcoólico.

– Olha só, não é à toa que eu digo que num tem esse negócio de dar várias opções pro cara escolher. Você decide o que é melhor e coloca lá na TV.

– Mas com isso você não vai conseguir nunca emancipar a população – comentou Tonico, que continuou: É preciso que se dê liberdade para a população, que ela de forma conjunta possa ter acesso aos meios de comunicação e eles, em algum momento, passarem a representar os interesses dessa maioria pobre.

– Ih, lá vem você com esse papo de intelectual orgânico de novo... – provocou Nico.

Lena e Tavinho já estavam incomodados. Não muito porque também já estavam calibrados, meio sem saco pra começar mais um assunto. Mas eram eles que provocavam. Se dependesse de mim, só falaria de futebol, que o Fluminense deu um mole danado na final da Libertadores perdendo de 4 pro LDU em Quito, que o Corinthians está desandando na segundona – já é o segundo empate, o primeiro com a Ponte e agora como Bragantino. Mas eles sempre me cortavam, queriam falar de política, de sociedade, de coisas que eu achava sérias demais pra serem tratadas num bar, num momento de lazer.

Tá certo que esse momento de lazer estava sendo exagerado. Nesse dia específico por exemplo, o tempo de lazer já extrapolava as 24 horas. Já dava umas pescadas na mesa, que bêbado e com sono fica complicado. E só mesmo estando bêbado, e preocupado com o silêncio, que fiz uma pergunta.

Não que uma pergunta seja um problema. Mas uma pergunta com esses quatro na mesa, se não for um problema, vira. Os caras gostam de complicar. Nem sei porquê acompanho esse povo.

Mas vamos voltar. Lena estava injuriada.

– A pergunta num era pra mim? Então deixa eu falar alguma coisa!

Ela começou a falar lá. Eu já impaciente com a minha pergunta, olhei pro lado e vi um outro grupo de amigos. Estavam lá Bodvéi, Clementina e Faveleiro. Entrei na roda que eles formavam. Faveleiro fala 1, Bodvéi 2, Clementina 3. Falei, vou de lona. Ganhei a purrinha e ainda levei uma dose de lambuja.

política I

Me acompanhavam na cerveja Tonico, Nico, Tavinho e a única mulher do grupo, a Lena. O assunto era política, como sempre era quando esses quatro se juntavam. Eu gostava de acompanhar. Ouvia, quase nunca falava. Meu negócio era beber. Eu sempre falava por último, pra tentar dar uma aliviado no clima, sempre repleto de discussão. Sentavam amigos, brigavam, mas levantavam amigos. Eu tentava contribuir com esse final.

Nico era sempre o primeiro a falar. Sempre dava o primeiro gole na abrideira e não perdia tempo, sempre lançava uma questão.

– Esse governo num vai durar nem um ano do jeito que está indo. O cara vai deixando as coisas acontecerem, não tem pulso firme, assim num dá pra se governar.

Lena, como única mulher, tinha seus privilégios. Todos esperavam ela falar em segundo lugar. Afinal, somos todos um pouco cavalheiros.

– Ô Nico, você tem que parar com essa mania de defender o poder através da coerção.

– Mas o negócio é que o cara não pode ser odiado. Ou ele age de forma coercitiva, ou então não pode oprimir de forma alguma a população. Isto não está claro Lena?

– Olha só, se ele não pode oprimir e é ao mesmo tempo uma forma de dominação, fica complicado. Se não oprimi, então necessariamente ele tem que funcionar como uma ferramenta de justiça social para os mais pobres.

Aí Tonico não se agüentou. Já estava no terceiro copo e também gostava bem de uma conversa.

– Essa idéia de que uma pessoa pode governar já está ultrapassada. Não é mais uma pessoa que tem que governar, mas um grupo, um coletivo,q eu possa atender às demandas da população mais pobre. Esses governantes tem que representar projetos e programas criados de forma coletiva.

– Olha Tonico, até concordo, mas nos tempos atuais – começou a participar Tavinho – não podemos achar que só esse grupo, essa coletividade é capaz de governar sozinha. Hoje temos esses fdp da mídia aí que detonam quem eles quiserem. E não estão nem um pouco próximos dos pobres...

Pensei comigo, chegou minha vez de falar alguma coisa, embora não estivesse com vontade. Pedi mais uma cerveja.

quarta-feira, 25 de junho de 2008

ô Mineiro

– Mineiro! Desce uma calabresa!
– E a cerveja?
– Porra Mineiro, cerveja num preciso pedir né? São mais de não sei quantos anos nesse balcão aqui né?!
– Tá nervosinho?
– Não porra!!
– Eu que to né?
– Ô Mineiro. Você tá vendo que tô nervoso, num precisa ficar perguntando. E me irritando mais!
– Mas tá nervosinho porque?
– Porra! Se eu quisesse te falar já tinha te falado!
– Tô querendo te ajudar rapá, deixa de manha.
– Manha, Mineiro? Tá me estranhando?
– Mulé, já vi tudo. Tomou um pé na bunda.
– Mineiro, você sabe que eu estou estressado, sabe o porquê, sabe o que eu quero consumir, e ainda não está satisfeito? Quê mais você quer?
– Abre seu coração comigo...
– Tá vazio hoje aqui né Mineiro. Tá sem o que fazer pelo jeito né?
– Rapá, sou teu amigo, só tô querendo ajudar. Precisando de um ombro amigo, sabe onde me encontrar.
– Porra Mineiro. Era só o que me faltava. Ombro amigo, você? Já vou logo avisando, hoje não tem gorjeta!
– Rá, novidade. Já deixou alguma vez pra caixinha? Nunquinha.
– Então, hoje seria o primeiro dia. E num vai ser.

segunda-feira, 23 de junho de 2008

prato da semana

Café e Bar Ponto Chic
O livro, do jornalista Chico PF (como é chamado pelo Jaguar), ou então Francisco Paula Freitas, é sua estréia como ficcionista. Na obra ele descortina a intimidade dos subúrbios cariocas com 27 histórias cheias de humor, lirismo, paixão e tragédia.

sexta-feira, 20 de junho de 2008

dicas aos amigos

Presto aqui uma homenagem (em forma de dica) aos amigos que sei que freqüentam esse humilde buteco:

Letícia, pode parando com esse negócio de fazer unha num canto, cabelo em outro, não sei o quê em outro. Agora você tem tudo no mesmo “espasso” de beleza.



Clementina, que ultimamente tem passado por problemas de insônia, febre, e está insatisfeita com os médicos que dizem apenas “é uma virose”, eis aqui sua solução.



Suzana, que gosta muito de andar de bicicleta (ou Baig), pode encontrar tudo que precisa, de “pesas” a “pineus”.


Bodão, que sempre que vai ao banheiro tem dificuldade de encontrar o interruptor da lâmpada. Neste aqui, pode ir que tem um aviso indicando bem na entrada. Se estiver em condições de ler (e entender), resolve seu problema...


Faber, ainda mais agora que está andando muito com seu possante (querendo até dirigir nas praias do Rio), precisando de quem entende de GNV, é só procurar John. Pode falar em meu nome.


Bebeto, companheiro, essa sua quase-barba é um problema. Ou melhor, era um problema. O Seu José Bonito (só no nome) é sua solução. Ele está na barbearia, na sexta-feira, de duas e meia da tarde até 3 e 15 porque “sai ao cabrito”. Mas ´pe fácil encontrá-lo, ou está na casa do irmão, ou da mãe, ou do pai, ou do vizinho, ou na casa dele, ou no bar...


André, meu caro, seus problemas acabaram. Embora esteja com uma banheira (não sou eu que estou falando, ouvi isso por aí), o nosso amigo Tatu Magaiver poide resolver qualquer problema, se precisar ele “adapita” seu carro.


Daniel, esta é uma ótima “alfisina mecanica” que você pode levar seu carro sem preocupação. Quer dizer, isso quando você tiver seu carro né...


Esta serve pra todos, inclusive pra mim. Antes de escrever...

a gente cai, mas se levanta

Anônimo reclama: isto está às moscas. Concordo. Depois da derrota do Corinthians para o Sport na Copa do Brasil, ainda não me recuperei do porre. Nem com as vitórias na segundona por goleada. Na verdade, com as vitórias, acabei emendando no porre, que nem ele (o porre) nem eu sabíamos se era para comemorar ou lamentar.

Mas cá estou eu, de volta ao Panamá (escutar Seu Manoel sacaneando o Corinthians é dose - num tem moral nenhuma pra isso, é vascaíno...), agüentando o flamenguista Macarrão (claro, só apareci depois da derrota pro São Paulo, mas o mengão ainda ficou em primeiro lugar na tabela), com uma dieta toda balanceada. Já conversei com o pessoal aqui, e de manhã, ao invés de torresmo (de dois dias anteriores), como meio abacate. De almoço, como hoje é sexta, feijoada. Ou melhor, meia feijoada. Já perdi quase 200 gramas. Não consegui diminuir ainda a quantidade de cerveja. Mas cachaça agora só como aperitivo, antes do almoço. Às vezes à noite uma dosinha, coisa pouca.

Sobremesa, gelatina azul, que ninguém até hoje descobriu o sabor. Confesso que como não gosto nada de Curassal, e a gelatina é da mesma cor, em dias de ressaca (quase nunca), hesito em comer a sobremesa.

De lanche da tarde/janta, agora o Panamá está com umas mini-pizzas que são uma beleza. Eu compro as minhas direto com o vendedor (a preço de custo), e guardo na geladeira do Panamá (pelo menos para alguma coisa tem que servir essa intimidade toda). E Macarrão, companheiro que é, assa sempre uma a mais do Panamá sem cobrar. E a namorada ainda acredita que estou comendo só três mini-pizzas.

E a alimentação oficial é só essa mesmo. Acontece, vez ou outra, de alguém pedir alguma coisa e sobrar. Aí Macarrão já sabe, cajibrina estando na área, tem destino certo.

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O blog tá ficando bom, apesar de entregue às moscas. Já tem gente querendo “fomentar o debate” por aqui (ver postagem logo abaixo)

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Bodão, o livro já adquiri. É bom. Estava pensando até em copiar umas crônicas de lá e colocar aqui sem citar a autoria. Mas fiquei sóbrio.

o que não falta



Abaixo um comentário, postado hoje, mas comentando um texto mais antigo, de 1º de maio (a fonte). Reproduzo para que todos possam vê-la
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Olá!

Sou o Sergio, produtor da Barril 39. Primeiro gostaria de fomentar o debate sobre a cachaça em Valença, pois dispomos de várias marcas tradicionais que merecem o debate para podermos melhorá-las sempre.

A título de curiosidade, o nome Barril 39 foi escolhido para dar nome à cachaça pois "39" é a data de nascimento do meu pai, quem começou a fabricar cachaça na Fazenda Terras Altas, próximo ao Ronco D`água.

Um abraço a todos!
Sergio.

segunda-feira, 16 de junho de 2008

prato da semana

Raízes do Samba

Uma coletânea de músicas de João Nogueira, o CD traz composições como "Wilson, Geraldo e Noel", "Maria Rita", "Baile no Elite" e a mais organicamente ligada a este blog, a "Moda da barriga". A letra desta última pode ser acessada numa postagem antiga aqui desse blog > o dia que a barriga virar moda. Abaixo as faixas do CD.


Nó na madeira
Pimenta no vatapá
Eu hein, Rosa!
Gago apaixonado
Espelho
Eu sei Portela
Das 200 para lá
Wilson, Geraldo e Noel
Mineira
Entenda a Rosa
Maria Rita
Espere oh! Nega
Apoteose do samba
Recado ao poeta
Heróis da liberdade
Moda da barriga
Batendo a porta
Não tem tradução
Baile no Elite
Vamos deixar de intimidade

quarta-feira, 4 de junho de 2008

tá parecendo lá em casa

prato da semana

Manual de Sobrevivêcia nos Butiquins mais Vagabundos


Moacyr Luz faz sua estréia na literatura com uma coletânea de 25 crônicas, organizadas pelo jornalista Marcelo Moutinho e ilustradas por um autêntico conhecedor do assunto – o cartunista Jaguar.