Macarrão hoje ligou falando que tá com dengue. Voz empossada, “cerveja, água, hdoisó” de fundo na ligação. Em suma, barulho de praia e ele falando que estava no hospital. Mas ligou pedindo pra quebrar essa pra ele, ficar em seu lugar hoje, já que tava morando/trabalhando no Panamá mesmo. Fiquei o dia inteiro no balcão, só que dessa vez, do lado de dentro. Cheio de pinguço pedindo fiado. Num liberei pra ninguém, esse povo que fica querendo dar calote, onde já se viu.
Fiquei desconfiado do Macarrão. Camarada devia estar na praia, curtindo, tomando a sua cerveja. Primeiro pensei, se for só hoje, ok, tá certo, ele merece, já liberou várias Antarcticas pra mim. Mas aí entra o RJ TV na tela. Maior fila e pelo jeito, tinha mais vendedor ambulante na fila do hospital que na praia. Mais vendedor ambulante e mais gente. O negócio está feio.
Eu também não agüentei ficar o dia inteiro atrás do balcão. Passou o almoço, filei a bóia do Macarrão e disse pro seu Manoel que tava com suspeita de dengue, dor de cabeça intermitente, coisa e tal. Ele disse pra eu sair logo dali, que ele não queria pegar isso, pra eu ficar longe. Ia explicar que dengue não se pega assim, tem o tal do aedes, mas achei melhor mesmo sair dali. A cabeça doía realmente.
Fui. Inclusive pro hospital. De casa, pro Panamá e agora já tô morando no hospital. Aqui até é bom, servem almoço, janta, e espero que amanhã de manhã um café reforçado, que lá no Panamá hoje só tinha sobras, aquele torresmo que ninguém teve coragem de pedir, e duas azeitonas. Achei até que isso que tinha me feito mal. Mas o exame de sangue falou que é a tal da dengue.
Mas esse conforto aqui no hospital hoje foi custoso. Logo que cheguei escutei, do pessoal do lado de fora (porque não cabia mais ninguém dentro): “É o fim da picada”. Pensei comigo, tomara, que aí num tem a tal da bendita dengue. Mas foi dessa vez. Deu plaquetas ou leucócitos ou hemácias ou sei lá o quê acima ou abaixo do ideal, e era dengue. Isso depois de seis horas de espera entre ser atendido, fazer o exame e sair o resultado. Depois mais umas duas e estava internado, num esquema improvisado, cheio de dengosos ao meu lado tomando soro. Cerca de 50 pessoas. Isso num hospital particular. Lembrei do Macarrão, no Miguel Couto...
Ruim aqui é que falaram que cerveja nem pensar. Atrapalha o processo de hidratação necessário para curar a dengue. Mas tem que beber muito líquido. Sede pelo menos não falta.
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