terça-feira, 11 de março de 2008

sobre cuecas, sinuca e purrinhas

Hoje lembrei do Gabriel. Pra quem não sabe, um sujeitinho (porque pequeno) problemático (saiba mais aqui). Estava na C&A, loja de departamento, à procura de cueca – minhas três estão ficando velhas. Isso já nove da noite, propositalmente, pra não enfrentar fila.

Mas foi justamente na fila que encontrei a Magali. Mas vamos por ordem. Antes da Magali, tinha a avó da criança, que estava na fila, sem o tal cartão C&A (até me preocupei, que não tenho esse cartão – será que tem que ter um cartão da loja pra comprar aqui, acabou-se a troca de mercadoria por dinheiro?). Fuçou os bolsos e encontrou alguns dinheiros. Alívio pra mim, que vi que tinha como pagar minha cueca (no singular mesmo, é a crise).

Mas nesse vem e vai de mão no bolso, tá lá a Magali, fora da fila gritando que quer uma camisola. Vovó fica escutando, sem falar nada. Sai da fila (depois de uns sete minutos) e vai ver a bendita camisola. Aí a gritaria é que não queria mais camisola, mas calcinhas com uns desenhos. E gritava com força a Magali.

Jé uns cinco minutos depois, a avó começou a falar, pára Magali. E a Magali já não queria escolher mais nada. A avó insistindo que ela tinha que escolher que amanhã ela não poderia levar a netinha querida pra escolher. Nada.

– Então vamos embora Magali.

– Nãããão. E começou a derrubar as roupas cintos, calcinhas, etc., dos cabides. A avó atrás, catando um em cada quinze objetos deixados no chão pela Magali.

Falei nada. Pra variar.
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Num blog amigo (vejam ao lado o Ombudsman), a coleguinha (ela é jornalista, e como toda jornalista que se preza, adora chamar os parceiros de trabalho de coleguinhas. Eu apenas colaboro) Clementina tá falando da prática de esportes, entre eles o da capoeira (embora ela nem jogue) e sinuca (esse já faz parte do cotidiano da garota). Mas falo isso porque me senti um pouco incomodado. Com duas coisas.

A primeira já manifestei, em forma de comentário no blog citado. Ela, equivocadamente, fala que capoeira e sinuca não são coisas sérias. Tomou uma chamada da Suzana. E eu, como já disse, quero escrever igual à Suzana, arrumei um motivo pra dar uma chamada também. Sinuca é sério sim. Mas não é essa a discussão principal por aqui.

A segunda, e mais séria restrição é que Clementina se julga sabedora de todos os esportes (não em prática, mas em conhecimento de práticas, tradições e regras). E lança que a sinuca é o ÚNICO esporte para o qual a preparação requer o consumo de cerveja. Acrescenta mais umas superioridades da sinuca: não precisa acordar cedo, exige pouco esforço físico, pode fuma, se o ar condicionado do bar estiver desligado e, se cansar, pode sentar e dar uma talagada.

Rá, Clê precisa urgentemente conhecer o esporte mais praticado nos butecos, ninguém menos do que a Purrinha (com letra maiúscula pra valorizar). Mais do que exigir, é obrigatório o consumo de cerveja (e outras bebidas alcoólicas). Acordar cedo? Nem pensar, a purrinha só começa depois das quatro da tarde (pros mais inexperientes irem pegando a prática quando chegamos nós, os mais experientes, por volta das sete da noite). Fumar não há restrição (embora eu não aprove, pessoalmente), mas nem tem problemas com ar-condicionado, que buteco que tem ar, num é buteco. E longe de ter que cansar pra sentar e tomar um gole. A regra é clara, ficamos sentados, bebendo, beliscando um petisco, e jogando purrinha. Minha querida, se estás tão satisfeita com a sinuca, o dia que entrar no mundo da purrinha sentir-se-á no paraíso.

Outro detalhe: não precisa de mesa e nem de taco, só de cadeiras e palitinhos de dente.

5 comentários:

Faber disse...

Três vivas à Purrinha!!!
Viva!
Viva!
Viva!

Sobre a troca de mercadoria por dinheiro, abordei o assunto hoje em aula: a desmaterialização do dinheiro é assustadora, né? Não fossem pelos camelôs, não seria mais necessário ter dinheiro de verdade. Temos cartões de débito e crédito, cheques - para os mais tradicionais, internet banking, bankfone e o revolucionário Riocard. Cadê(usando o vocábulo pinçado por você) os dinheiros?

Clementina disse...

Cajibrina,
não sei de onde vc tirou esse lance de "coleguinha". tá lendo muito a coluna do ancelmo.
segundo, pára de puxar o saco da suzana. e terceiro: http://ombudsmandocapeta.blogspot.com/2008/03/rplica.html

por hora, é isso!

Suzana disse...

eu não freiava na Magali, fato!

e o meu saco pode continuar puxando, ela tem inveja.

Rodrigo Bodão disse...

cajibrina(branca e que abra o rosário)... moeda cajibrina... moeda...

bom...

profissionalmente (valendo), é com moeda...

bem (...) com moeda, lhe desafio a buscar a próxima ( e outra... e outra....)

OBS: pros amantes da porrinha... rua da lapa, antes do beco do rato... do outro lado da rua.... vá ao banheiro e veja o quadro....

É a Santa Lona!!!!!! (daí que judas sifu)

Vitor Castro disse...

são as condicionantes neoliberais. elas têm-nos impedido o uso de moedas...