Casa da manteiga. Buteco tradicional de Valença. No bar os de sempre. Entre eles Manguaça e alguns amigos. Bebiam desde cedo, num churrasco na casa do Graveto. Desde umas duas da tarde. Já era mais ou menos cinco da manhã, então dá pra imaginar o estado desse pessoal.
Manguaça levanta e sai andando. Coisa de bêbado. Os amigos, claro, nem ligam. Deve ir no banheiro, ou embora, sei lá. Nessas horas – ou melhor, nesse estado – ninguém se preocupa muito (ou nada) com isso. Levantou. Sumiu.
Na verdade nem deram falta dele. Só lembraram dele quando o viram novamente. Já umas sete da manhã. Um bocado de gente vendo ele chegar e rindo. Tinha mesmo ido ao banheiro. Mas não do buteco. Vamos abrir um parêntese aqui pra explicar sua saga.
(saiu da Casa da Manteiga, no centro de Valença, uns três quilômetros da sua casa. Foi até em casa. Antes de entrar, baixou a calça pra dar uma mijadinha no jardim. Sono leve, sua mãe levanta. – Manguaça, porque você tá fazendo xixi aí? Vai no banheiro! – Tá ocupadoo, tá ocupaado, é o que ela acha que entendeu. Ficou olhando a cena. Calça e cueca arriadas. Veste novamente a roupa e ao invés de ir deitar, ou passar mal, ou sei lá o quê, abre o portão da rua e some. – Volta aqui! Ele não escutou. Ou fez que não escutou)
Todo mundo rindo, vem Graveto, Verme, Hernani e Pantaleão na porta, um escorando no outro pra verem qual era a graça. Pra surpresa, era o Manguaça. A graça? Uma cueca vermelha por cima da calça jeans. Deixaram o apelido conquistado com muita cachaça de lado. Virou super-homem.
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