Aí tava matutanto. Liguei e o portuga atendeu. Tava doido pro Macarrão atender e dizer que o portuga num tava. Mas não foi dessa vez. E precisava de uma cerveja. Tinha que achar uma solução.
Lá vou eu. Arriscar faz parte do jogo. Cheguei com uma câmera fotográfica. E tirando umas fotos. Seu Manoel logo que me viu olhou, viu uns flashes e veio perguntando já com um rodo na mão. Mas não fugi. Encarei o velho.
- Seu Manel, é o seguinte. Sei que estou devendo, mas depois dessas fotos saírem no jornal, seu bar vai ser o mais famoso de Copacabana.
- Num quero mais movimento. Já basta uns vagabundos igual a você!
- Calma aí! O senhor não está entendendo. Tenho amigos influentes na imprensa carioca e estão procurando fazendo matérias sobre bares do Rio. E o Panamá é uma pérola nesse Rio de Janeiro.
- Deu uma acalmada, mas não queria, de jeito nenhum, liberar uma cerveja.
- Seu Manel meu querido, libera pelo menos uma. Essas fotos, além de fazer seu buteco ser top no Rio, vão ser vendidas para o jornal e vou poder pagar o que devo aqui com juros.
Português é mesmo uma beleza. Acho que é por isso que não deixo de frequentar o Panamá. Bebi uma, duas, três, Macarrão servindo e seu Manoel esqueceu de mim. Saí de lá tonto.
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A idéia das fotos era para além de conseguir filar mais uma cerveja. Algumas pessoas duvidavam das preciosidades do lugar. A gelatina, segundo o Macarrão, deixaram de vender que num estava tendo saída. Mas ainda estão lá as azeitonas por unidade, pepino a R$1,20 e assim vai. Fora caneta, cola, charuto...
Um comentário:
E quem precisa de jornal quando temos um blog, ne?
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